Na oração sumo-sacerdotal, Jesus ora ao Seu Pai: «Eu glorifiquei-te na terra, tendo consumado a obra que me deste a fazer». (João 17,4). Este é, no fundo, o resumo da vida de Jesus Cristo. Jesus focava-se no Seu Pai e concentrava-se na Sua vontade.
Como é que Ele glorificava o Seu Pai? Estamos lembrados de certos acontecimentos especiais. Podemos dizer que Jesus glorificava o Seu Pai através deles. Pensemos, por exemplo, na tentação no deserto, quando Ele venceu o Diabo ou quando Jesus fez o Seu sacrifício e deu a Sua vida pela humanidade. Portanto, Ele glorificou Deus através dos Seus atos especiais. Mas, com as palavras que proferiu na oração sacerdotal, Ele não se referiu, certamente, apenas aos grandes atos, mas também às pequenas coisas que Ele fez.
Quando é que Jesus glorificou o Seu Pai em pequenos atos? A esse respeito, encontramos alguns relatos bíblicos. Quando Ele tinha doze anos, e os pais o foram procurar e, por fim, o encontraram no templo, Ele disse: «Não sabeis que me convém tratar dos negócios do meu Pai?» (Lucas 2,49). Ele glorificava o Seu Pai através da Sua atitude: Eu tenho de estar na casa de Deus. Isso, também nós podemos fazer. Também nós queremos glorificar o nosso Deus. Quando Jesus glorificou o Seu Pai, também Deus, por sua vez, o glorificou a Ele, na Sua ressurreição e na Sua ascensão. Estes foram os efeitos da glorificação de Deus. Se glorificarmos Deus, hoje, com todas as nossas possibilidades, então Jesus e o Seu Pai também nos glorificarão no momento em que deixarmos esta terra e passarmos a estar com Eles durante toda a eternidade. Por isso, é importante que glorifiquemos o nosso Pai Celestial e o Seu Filho, o melhor que pudermos.
Mas voltemos à pergunta: como podemos glorificar Deus? Podemos fazê-lo através de pequenos atos, não têm de ser sempre obras grandiosas ou atos espetaculares. Tal como Jesus, também nós podemos ter o desejo de querer estar perto de Deus sempre que nos seja possível. Isso tanto pode ser no serviço divino como nas nossas orações. Dessa forma, estamos a glorificar o nosso Pai celestial. Quero frisar mais um exemplo que nos mostra como Jesus glorificava o Seu Pai em pequenas coisas. Alguém chegou junto d’Ele e perguntou-Lhe: «Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna?» (Marcos 10,17). Ao ser chamado de «Bom Mestre» Jesus respondeu: «Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus». Ele não queria ser venerado, mas antes dava a honra a Deus em todas as coisas, mesmo nas mais pequenas. Não será que nós também podemos fazer a mesma coisa? Quando nos acontece algo maravilhoso e especial, quando vivemos a ajuda de Deus, então não devemos pensar que isso é mérito próprio. Não, olhemos para o céu e digamos: isto é obra de Deus, Ele dá-nos a Sua ajuda e o Seu apoio.
Quero ainda acrescentar mais uma passagem. Certa vez, uma mulher foi trazida junto do Senhor Jesus porque tinha cometido adultério. As pessoas condenavam-na. E Jesus, o que fez? Jesus perdoou-lhe. Com isso ele glorificou o Seu Pai Celestial por ter concedido graça. É o que nós devemos fazer. Por vezes, temos as nossas dificuldades, existem problemas nas comunidades ou nas famílias, existem mal-entendidos. Eu sempre posso constatar que não é assim tão fácil. Mas sempre que estejamos dispostos a perdoar, estamos a glorificar Deus.
Quando Jesus chegou ao templo e viu as pessoas a negociar, ficou zangado e expulsou os vendedores e os cambistas que abusaram do templo de Deus para proveito próprio. Naquele momento, Ele também glorificou o Seu Pai, deixando bem claro que do templo de Deus não se podia fazer, de forma alguma, um mercado vulgar, um «covil de ladrões» – embora, segundo as práticas judaicas, não fosse permitido deixar entrar dinheiro pagão na área do templo. O templo de Deus é sagrado e deve permanecer sagrado. Não devemos permitir a nenhum espírito que perturbe esta santidade no nosso coração. Glorifiquemos Deus, mantendo santo tudo o que acontece na casa de Deus e tudo o que tem a ver com os serviços divinos. Por vezes, surgem coisas no nosso coração que são contra a santidade de Deus: quando, por exemplo, não estamos satisfeitos com a liderança de Deus ou quando, pura e simplesmente, damos lugar às nossas opiniões e aos nossos pontos de vista – isso são como “traves” no nosso coração que devemos derrubar e deitar fora, para que a santidade possa novamente entrar nele.
Como podemos constatar, glorificar Deus é uma tarefa que temos de realizar todos os dias. Queremos glorificar Deus, procurando a comunhão intima com Ele e com o Seu Filho nos serviços divinos e na oração; queremos estar sempre dispostos a perdoar e a manter santo, no nosso coração, aquilo que é santo. Esta é a nossa tarefa diária: glorificar o nosso pai Celestial nas pequenas coisas e no dia-a-dia.
(Excerto de um serviço divino do apóstolo maior Schneider)
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