«Louvarei ao Senhor» – assim começam alguns dos Salmos. Nesta altura do ano, louvar ao Senhor está também no centro das celebrações dos nossos serviços divinos, uma vez que nos estamos a aproximar do dia de Acção de Graças.
No nosso texto bíblico, o salmista louva ao Senhor «segundo a sua justiça». Neste contexto, a justiça de Deus mostra-se como fiabilidade de Deus, ou seja, como uma demonstração da sua fidelidade. Esta interpretação da justiça tem a ver com o facto de o Senhor ter feito um pacto.
Depois do dilúvio, Deus fez um pacto com Noé: «Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite, não cessarão», ou seja, é tudo aquilo que conhecemos da criação da natureza e que necessitamos para a nossa vida, e que faz com que a vida se desenvolva e com que possamos ter os alimentos.
Por ocasião da festa de Acção de Graças, eu quero traduzir isto da seguinte forma: enquanto a terra durar, o equilíbrio da criação terrestre deverá ser mantido. Deus fará com que sementeira e sega continuem a subsistir no futuro, o que significa que podemos dizer obrigado. Através disso, Ele demonstra-nos a sua fidelidade e a sua fiabilidade. Hoje em dia, fala-se muito acerca das alterações climáticas. Sabemos que o equilíbrio da natureza não está muito estável. Onde o homem intervém pode acontecer que rapidamente se perca o equilíbrio.
O equilíbrio tem de ser mantido, caso contrário a vida natural está em perigo. É precisamente isso que o Senhor diz no pacto que fez com Noé, Ele mantém a fidelidade do seu pacto, que provém da sua justiça: Enquanto a terra durar, sementeira e sega não cessarão, enquanto a terra durar, permanecerá este equilíbrio. E em relação a isto, nada se modificou no passado. Podemos continuar a alimentar-nos como sempre, a nossa vida terrestre continua a estar segura, a terra dá alimentos suficientes para todos. O facto de haver fome no mundo tem a ver com os problemas da distribuição. Mas há o suficiente para cada um de nós. – É de admirar como Deus continua a manter este equilíbrio, como Ele continua a manter a sua fiabilidade e a sua lealdade. Isto é uma benfeitoria de Deus, pela qual queremos agradecer-Lhe no dia de Acção de Graças.
Benfeitorias de Deus não são somente os bens naturais que Deus nos oferece e que, nalguns lugares, colocamos simbolicamente à frente do altar. Das benfeitorias de Deus faz parte, por exemplo, a bênção que podemos reconhecer quando temos comunhão com o Altíssimo e sentimos a protecção dos seus anjos, sob a qual nos sentimos seguros; disso faz parte também o calor e a alegria que vivenciamos na comunhão dos filhos de Deus.
Eu desejo que no povo de Deus exista uma cultura de gratidão para com Deus: Vamos dizer um obrigado muito particular ao Senhor no dia de Acção de Graças, mas, para além desse dia, queremos agradecer reiteradamente pelas suas benfeitorias, sejam elas terrestres, como o pão de cada dia, sejam elas espirituais, como a sua bênção e a sua protecção.
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