A tendência a ser mais generoso para consigo próprio do que para com os outros parece ser um traço fundamental do ser humano. Os erros dos outros identificam-se rapidamente, mesmo coisas mesquinhas são alvo de uma extrema ausência de misericórdia e compaixão. No entanto, quanto aos nossos próprios erros somos cegos. Jesus expôs esta dualidade de critérios com clareza através do exemplo do argueiro no olho do irmão e da trave no próprio olho.
Se eu souber, porém, que Deus me escolheu e me fez Seu filho para ser uma bênção e, através de mim, fazer bem aos outros, então não posso ser mais crítico com os outros do que sou comigo. Antes pelo contrário, pois assim encararei o meu próximo como igual e empenhar-me-ei para lhe ajudar da melhor maneira possível. Assim, darei uso à bênção que recebi, à graça que Deus me ofereceu e sempre oferece, para aplica-las nos meus atos e permitir que estes sejam guiados pela compreensão, a graça, a compaixão e o perdão. Mas não apenas para com aqueles que, tal como as almas no além, estão tão distantes que lhes consigo perdoar tudo, mas, sobretudo, com aquele que hoje está tão próximo de mim, que me é impossível não reparar no argueiro que tem no olho.
Impulso de um serviço divino do apóstolo maior
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