Reconstrução: a organização de beneficência da Igreja Nova Apostólica, a “NAK-karitativ”, está a ajudar a população na Ilha do Fogo, após a erupção vulcânica do “Pico do Fogo” no arquipélago de Cabo Verde
Casas, igrejas e escolas ficaram emuralhadas por um tapete de pedras de quatro quilómetros e com uma altura de, em parte, também, até quatro metros. Apenas os restos dos telhados fazem lembrar que, há quatro meses, naquele lugar, ainda havia uma aldeia, onde as pessoas trabalhavam nos campos e nas vinhas.
O edifício da adega está completamente destruído. As paletes com as garrafas rebentaram com o calor. O que sobrou é uma cabina de um camião queimado, como se fosse uma escultura. A rua que atravessava Caldeira e dava acesso às duas localidades Portela e Bangilera está destruída. Só restam duas ruas de sentido único: uma conduz para fora e outra para dentro do planalto que serve de base ao cone vulcânico.
Depois da violenta erupção vulcânica de 23 de novembro de 2014, o apóstolo António Semedo, o bispo Santos e o ancião Barnabás, da Igreja Nova Apostólica de Cabo Verde, conseguiram prestar ajuda de emergência através do apoio financeiro da NAK-karitativ. Entretanto, foi anunciado oficialmente, no dia 7 de março, que o vulcão já acalmou, o que permitiu iniciar os trabalhos de reconstrução.
Em Achada Forna, o bispo Santos e o senhor Martin Petzoldt, coordenador de projeto da NAK-karitativ, encontraram-se com a Tudhina de 29 anos em frente a uma tenda, que desde a erupção vulcânica passou a ser a sua nova casa. Ela estava a lavar a roupa das 6 pessoas, que fazem parte do agregado familiar, numa tina enorme. Secarus, o marido, tem 31 anos e está na capital, São Felipe, à procura de trabalho. “Os nossos terrenos agrícolas ficaram todos soterrados pela lava. Pelo menos, os nossos filhos podem frequentar novamente a escola, pois o governo decidiu assumir as propinas. Isso é importante para eles. Não precisamos de pagar propinas e só temos de comprar lápis e cadernos“, contou a mãe de quatro filhos. A filha mais nova tem apenas 10 meses e está doente. Tudhina contou-nos que desde novembro que não comem fruta. No entanto, de quinze em quinze dias recebem da Câmara um cabaz alimentar com arroz, farinha, feijão, óleo, esparguete, açúcar e sal, mas falta uma alimentação equilibrada rica em vitaminas. A maior esperança da família é conseguir mudar-se em breve para uma casa capaz com luz e casa de banho e que o Secarus encontre rapidamente um emprego.
A NAK-karitativ está a planear reativar as antigas casas de emergência que tinham sido construídas no anos 90 do século XX, depois da erupção vulcânica, por organizações e pelo governo. Em 1995, depois de o vulcão se ter acalmado, as pessoas deixaram as casas de emergência e voltaram para Caldeira. Ao contrário da erupção de novembro passado, naquela altura os campos e as culturas permanentes não foram destruídas, de forma que as pessoas puderam continuar o seu trabalho nos campos como antes. Agora isso não é possível, uma vez que os campos se encontram debaixo de um tapete gigantesco de lava. O plano da NAK-karitativ é remodelar primeiro 20 casas de emergência e torná-las em habitações capazes com instalações sanitárias, espaço de cozinha e ligação à água canalizada.
Estamos agradecidos pelo apoio prestado que nos possibilita proporcionar novamente um lar a estas pessoas.
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