Amados irmãos e irmãs, No início de um novo ano, perguntamos a nós próprios o que é que ele nos trará de novo, quais as alegrias e quais as tristezas que estarão para vir. Para nós também se coloca a pergunta: o que é que o novo ano nos trará na fé? Podemos ter a certeza de que Deus nos irá proteger e guardar, no entanto, também sabemos que nos esperam tempestades e perigos. Neste contexto, gostaria de chamar a atenção para uma passagem conhecida do Novo Testamento: a tempestade no mar (Mateus 8,23-27).
Jesus pedira aos Seus discípulos que o levassem para o outro lado do mar da Galileia. Entretanto, levantou-se uma tempestade e o barco começou a ser agitado vigorosamente e a encher-se de água. Os discípulos ficaram assustados e despertaram Jesus que estava a dormir. O Senhor apaziguou a tempestade, mas criticou-os pela sua pouca fé: «Por que temeis, homens de pouca fé?» Este incidente mostra, em primeiro lugar, que Jesus, como Filho de Deus, domina as forças da natureza. O barco, que aqui é mencionado, pode ser visto como imagem para a Igreja de Cristo.
O barco da Igreja de Cristo sempre se deparou, e continua a deparar, com tempestades. Na Europa, encontramo-nos perante o declínio da fé cristã e um crescimento demográfico pouco favorável. Noutras partes do mundo, somos cada vez mais confrontados com a influência de religiões não cristãs, com um materialismo crescente ou com um ambiente político particularmente difícil. Seria insensato ignorar estes perigos e riscos. Estou convicto de que Deus poderia resolver todos estes problemas num abrir e fechar de olhos, todavia, não o faz. Por conseguinte, devemos perguntar a nós próprios: o que podemos fazer?
A primeira coisa que poderemos fazer, é confiar no Senhor. Os discípulos deveriam ter tido mais confiança e saber que o barco nunca iria afundar-se: Jesus estava com eles. Cremos que Jesus completará o que começou e também cremos na Igreja fundada pelo Senhor. A fé na Igreja de Cristo está estreitamente ligada à fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus feito Homem. É evidente que sofremos com as aflições e insuficiências inerentes à figura histórica da Igreja de Cristo, no entanto, isso não é motivo para pormos em questão a nossa fé na Igreja fundada e dirigida por Jesus Cristo.
Todos nós – independentemente de sermos ministros ou não – não nos vamos deixar impressionar nem desencorajar pelas tempestades às quais estamos expostos.
Há uma exigência que se aplica a todos – sempre e em toda a parte: Jesus tem de estar no barco, tem de estar na nossa Igreja! Não basta dizer que Jesus “está a bordo”, isso tem de ser visível! Todos nós devíamos pensar em possibilidades de tornar Jesus ainda mais visível na nossa Igreja.
O vosso
Jean-Luc Schneider
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