Quem é que não terá já ouvido esta frase do seu médico: “Você deveria ouvir mais o que o seu corpo lhe tenta dizer.” E este conselho é bem compreensível: trata-se de darmos ao nosso corpo aquilo que é bom para ele, o que lhe faz bem e o que lhe é útil. O outro aspeto é evitar aquilo que é nocivo, aquilo que não faz bem ao corpo. O que faz bem e o que faz mal é algo que cada um, em particular, terá de descobrir. Cada pessoa reage de uma forma um pouco diferente.
Assim sendo, poderemos assumir que em termos espirituais também será um bom conselho dizer: devemos ter mais atenção àquilo que faz bem à nossa alma, que faz bem à nossa vida interior. Vivemos numa época em que existem muitas influências, muitas coisas que nos invadem. Somos obrigados a fazer uma seleção. É bom que, por um lado, saibamos discernir o que nos faz bem, o que eleva a nossa alma, e, por outro, que saibamos identificar o que tem efeito destrutivo, o que representa um fardo para nós e nos prejudica.
Na Escritura Sagrada existem muitos exemplos que mostram como este tipo de conselho é importante. Estou a pensar no rei Salomão, aquele rei que tinha dons especiais. No fundo, era um homem sábio, do qual a Escritura Sagrada nos transmite muitas palavras sábias. Mas ele foi envelhecendo e, certo dia, começou a rodear-se de mulheres pagãs, o que estava na moda naquela época, e essas mulheres começaram a exercer influência sobre ele. Teria sido bem melhor se ele tivesse ouvido a sua alma e não se tivesse deixado tornar numa ferramenta de outros espíritos.
Penso também em Daniel, o profeta, que foi levado para um ambiente desconhecido, na corte de um rei pagão. Mesmo nesse lugar, no estrangeiro, Daniel sentiu a necessidade de continuar a praticar aquilo que ele conhecia da sua fé, aquilo que praticava em casa. Ele não se quis contaminar com os alimentos e as bebidas da mesa do rei. Daniel ouviu o que a sua alma lhe dizia, teve o cuidado de só deixar chegar coisas boas ao seu coração e de evitar aquilo que não lhe fazia bem.
É uma luta diária que travamos, a de triar aquilo que é nocivo para nós, o que não é bom para a nossa alma, e dedicarmo-nos àquilo que nos é útil, o que nos eleva. E não nos devemos esquecer de uma coisa: nós recebemos o dom do Espírito Santo. Não seria bom usarmos mais este dom que temos e confiarmos mais na orientação deste espírito divino? Façamos isso. Ele é como um médico divino que nos dá conselhos.
Por exemplo, estou a pensar naquilo que os media nos comunicam. Sei de mim próprio o que provocam: ficamos revoltados com certas coisas, existem outras que talvez achemos bem. Mas também constatamos que algumas dessas coisas também podem representar um fardo para nós. Se assim é, evitemos isso.
Olhemos para aquilo que faz bem ao coração, o que é útil para a alma, o que é bom do ponto de vista do médico divino, e evitemos o que é prejudicial, o que nos tenta puxar para baixo.
(Excerto de um serviço divino do apóstolo maior)
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