Quero referir-me a um texto bíblico com o qual me tenho ocupado muito nos últimos tempos. Esta palavra de Jesus diz o seguinte: «Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará» (João 6,27).
Hesitei ao ler as palavras: «Trabalhai não pela comida que perece». Isto soa um pouco estranho. Nos dias de hoje não falaríamos assim. Antigamente, na Bíblia alemã, na tradução de Lutero de 1912, dizia: “Produzi comida”, o que também não é muito mais esclarecedor. Eu penso que a palavra quer dizer: arranjai comida. Assim, já se consegue compreender melhor. Eu fui procurar o que dizia noutras traduções. Numa edição moderna consta: “Esforçai-vos por obter comida”. Essa acerta mesmo no ponto: Esforçai-vos por obter comida que não perece, mas que permanece para a vida eterna.
O contexto é fácil de explicar: na altura, foram alimentados 5000 homens (mulheres e crianças não entravam na contagem) com apenas cinco pães e dois peixes. Foi um milagre de multiplicação que o Senhor fez. Pouco tempo depois, as pessoas chegaram novamente junto de Jesus. Ele fez-lhes compreender que também se ocupa com o alimento do corpo, mas que o alimento principal que Ele oferece vai muito além disso. Foi então que Ele lhes deu este conselho: esforçai-vos por obter comida que não perece. Para mim, isso significa: ponde as coisas terrenas de lado e esforçai-vos por obter comida que permaneça para a vida eterna, a qual vos é dada pelo Filho de Deus. Tem de ser Ele a prepará-la.
Este é um dos aspetos: o Filho de Deus dá comida que tem valor para a vida eterna. Mas ainda existe outro aspeto: é preciso esforçarmo-nos. Quero identificar esta comida como sendo a palavra de Deus: comida que permanece para a vida eterna, é a palavra de Deus. A palavra que o Senhor nos oferece nos serviços divinos. Nem todos vão conseguir aceitá-la como alimento para a sua própria alma. Quero salientar este aspeto: para que a palavra se torne alimento para a alma, é preciso que nos esforcemos! Isso significa que, em primeiro lugar, temos de sentir necessidade dela. Se formos ao serviço divino com o pensamento: “vamos lá ver como vai ser hoje”, não conseguiremos obter uma ligação íntima, porque não nos esforçamos e, por conseguinte, não conseguiremos levar muita coisa do serviço divino.
Mas se chegarmos ao serviço divino, cheios de anseio, e dissermos: “amado Deus, mostra-me o que preciso de aperfeiçoar em mim”, então já é diferente. Se tivermos o verdadeiro desejo de sermos realmente enriquecidos com bens celestiais no serviço divino, então estaremos a esforçar-nos. Até se pode dizer que “lutamos” para que a palavra entre profundamente em nós. Esforçai-vos por obter comida, é o Filho de Deus que a dá. Para isso é preciso que a alma sinta necessidade de se colocar sob a palavra de Deus e de verificar sempre: o que é que serve para mim de sinal e orientação para o tempo que está à minha frente?
Por vezes dizem-nos que um serviço divino é uma oportunidade de ter comunhão. E até é verdade. Deve haver um esforço e um anseio comum pela palavra de Deus. Não é apenas uma questão unilateral do oficiante do serviço divino. Esse ministro também tem de lutar, primeiro, ao preparar-se e, depois, durante o servir. Se alguém chegasse ao altar e pensasse: “vamos lá ver como vai ser hoje”, essa não seria certamente a postura que conduz à bênção. É uma questão de comunhão no sentido que todos lutemos e nos esforcemos a receber a palavra de Deus, que vem do alto, como alimento para a nossa alma. Faço votos para que realmente sintamos e percebamos que a palavra é alimento para a nossa alma, para que nos ocupemos com ela de todo o coração, para que ela nos acompanhe e para que possamos tirar dela conclusões para o nosso futuro. Esforcemo-nos para proceder desta forma.
(Excerto de um serviço divino do apóstolo maior)
© Igreja Nova Apostólica Portugal
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