Na Epístola aos Colossenses, encontramos uma palavra que descreve, de forma curta e concisa, como deverá ser a nossa fé, qual é a nossa meta e como ambas fazem parte uma da outra: «Cristo em vós, esperança da glória» (Aos Colossenses 1,27). A Epístola aos Colossenses deixa bem claro que se trata de um segredo: Cristo em vós!
Este segredo tem duas vertentes: por um lado, o facto de Ele entrar nos nossos corações, é uma dádiva da graça do Senhor. Isso é algo que nós recebemos por graça e não por mérito próprio. Essa graça reflete-se, concretamente, no facto de termos sido regenerados por Água e Espírito. É este o início de «Cristo em vós.» Foi assim que Cristo entrou na nossa alma. Na celebração da Santa Ceia «Cristo em vós» é consolidado. Na Santa Ceia, temos a comunhão mais estreita com Cristo. Por conseguinte, por um lado é uma dádiva da Sua graça.
Por outro lado, é uma tarefa e uma obrigação para todos nós. Cristo em nós significa que Cristo rege em nós. Cristo em nós significa: viver, agir, falar e até mesmo pensar como Cristo nos mostrou. E, tendo sempre em mente que não nos podemos comparar com o Senhor, queremos, no entanto, adotar cada vez mais a natureza de Cristo.
O que foi notável em Cristo era que ele erguia os olhos para o Seu Pai. Já no templo, com doze anos, Ele o manifestou: «Não sabeis que me convém tratar dos negócios do meu Pai?».
«Cristo em nós» significa que nos devemos orientar para o Senhor e erguer os olhos para Ele.
Cristo agiu de forma a estar sempre disponível para os outros, cheio de compaixão e prontidão. Jesus sempre ajudou onde reconheceu que havia verdadeiras necessidades. Ao sermos prestáveis e misericordiosos, não quer dizer que digamos a tudo que sim e que estejamos prontos para tudo. Podemos, por vezes, com a consciência tranquila, definir limites e deixar bem claro: essa não é a minha função! Prontidão e amor ao próximo, tal como o Senhor nos mostrou, significa reconhecermos onde é que existem realmente necessidades. Podem ser necessidades materiais ou podem ser necessidades espirituais que não se reconhecem exteriormente. Falar como Cristo significa dizer a verdade. Jesus Cristo dizia a verdade. E não dizia apenas a verdade: Ele é a verdade. Isso é para nós um exemplo: permanecer sempre na verdade, mas sem magoar, tendo sempre o cuidado de respeitar a dignidade da pessoa em questão e agindo com amor.
Como Cristo pensava, não o sabemos em pormenor. Algumas coisas podemos deduzir da forma como se comportava quando se encontrava no círculo dos discípulos e da forma como agia quando estava sozinho. Muitas vezes, Ele retirava-se para orar, procurando a ligação com o Pai – era assim que Ele pensava. Uma vez Ele disse aos discípulos: «E quem me vê a mim, vê aquele que me enviou!» Era assim que ele pensava, para que os discípulos e todos os que estavam ao Seu redor pudessem reconhecer o Pai.
Viver, agir, falar e pensar como Cristo – se juntarmos isto à dádiva da graça que o Senhor nos oferece, então, «Cristo em nós» pode tornar-se realidade! Se Cristo estiver em nós, então a esperança no dia do Senhor também será grande. Esperamos pelo dia do Senhor com esperança viva.
(excerto de um serviço divino do apóstolo maior)
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