Lembrar – despertar – manter vivo
Ao lermos as Epístolas dos apóstolos, no Novo Testamento, descobrimos com surpresa que, despertar, lembrar e manter vivos os ensinamentos e conhecimentos de fé importantes já eram questões na ordem do dia no tempo dos primeiros apóstolos. Se pensarmos que essas Epístolas foram escritas pouco depois da morte de Jesus – o apóstolo Paulo escreve, numa passagem, que a maior parte das testemunhas oculares do Ressuscitado ainda viviam – podemos imaginar quais os perigos que, pouco tempo depois, se terão criado nas comunidades relativamente recentes: os ensinamentos de fé essenciais começavam a perder a importância e, para algumas pessoas, até a desaparecer do seu consciente ou a ser simplesmente substituídos e abafados por outras coisas.
De outra forma, como é que se explicaria que os apóstolos se dirigissem às comunidades quase que implorando com alocuções como estas: «Também vos notifico, irmãos…», «E tenho por justo... despertar-vos com admoestações...», «Escrevo-vos agora esta segunda carta, em ambas as quais desperto com exortação…»? Havia perigo iminente. Hoje dir-se-ia que havia necessidade de agir: os ensinamentos de fé essenciais tinham de ser despertados, mantidos vivos e trazidos de volta à consciência. Ou seja, desde o início, que era tarefa dos apóstolos manter vivo o que não se podia deixar adormecer e despertar o que estava adormecido. Não deveriam os apóstolos de hoje tomar medidas ainda mais rigorosas?
Eu, como apóstolo maior, vejo também como minha tarefa manter vivo e, se necessário, fazer despertar o que é divino nas comunidades espalhadas pelo mundo. Todos nós fazemos a experiência de que, com o passar do tempo, podemos ficar cansados. Sim, podemos mesmo ficar cansados na fé. Quando isso acontece, a fé tem de ser despertada, tem de ser preenchida com nova vida. Às vezes, ouço pessoas jovens dizer que ainda não conseguiram vivenciar verdadeiramente o amado Deus. Nestes casos, eu aconselho que experimentem viver uma vez a fé com plena consciência – de uma forma verdadeiramente nova-apostólica – então, poderão ter vivências de fé que, por sua vez, irão despertar a fé e preenchê-la com nova vida.
E como é no caso dos mais velhos? Alguns deles também precisam de que a fé seja novamente despertada neles? Pensa em todas as vivências de fé que já tiveste! Conta as graças e lembra-te de tudo o que foi caindo no esquecimento, no decorrer dos anos, faz com que tudo desperte novamente na tua memória, para que te possa servir novamente de bênção.
E a esperança no dia do Senhor? Como é fácil passar para segundo plano, como pode, de um momento para o outro, adormecer! Sim, a esperança no dia do Senhor pode sufocar no meio das preocupações.
É evidente que a esperança não se manifesta nem está viva da mesma forma, todos os dias; como seres humanos, estamos expostos a flutuações. Mas quando a esperança adormece, então, torna-se perigoso, uma vez que é difícil voltar a despertá-la. Não permitamos que isso aconteça: a esperança no dia do Senhor tem de permanecer viva e não deve ser abafada com outras coisas. Esta é uma das preocupações principais dos apóstolos do nosso tempo.
(Excerto de um serviço divino do apóstolo maior)
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