Graças a Deus!
Gratidão sustentável
Comemoramos o dia de Acção de Graças e estamos gratos pela preservação que sentimos tanto na vida natural como na vida espiritual. Hoje em dia, numa época em que só uma pequena parte da população trabalhadora depende directamente da colheita, no próprio sentido da palavra, compreendemos o dia de Acção de Graças numa dimensão mais vasta: não agradecemos apenas pelo êxito da colheita, senão por todas as dádivas que o Senhor nos prepara na Sua benignidade. Olhamos, particularmente gratos, para toda a criação e louvamos e veneramos Deus como nosso criador. Tudo isso baseado no reconhecimento de sabermos que todo o nosso bem-estar nos advém da graça de Deus.
O salmista expressou-o da seguinte forma: "Louvar-te-ei, porque me escutaste, e me salvaste" (Salmos 118:21). Neste caso, a relação com Deus, que provoca a gratidão, é o agradecimento pela ajuda em aspectos naturais. Quando fazemos a experiência que a ajuda do Senhor intervém, que Ele nos tira de situações difíceis e de amarguras, então isso representa um motivo muito forte para estarmos agradecidos. Mas passemos para o plano espiritual e vejamos o que o apóstolo Paulo escreve: "Mas, graças a Deus, que nos dá a vitória, por nosso Senhor Jesus Cristo" (cf. I Aos Coríntios 15:57). Aqui, já não se trata de aspectos naturais, trata-se de Cristo e da salvação eterna.
Mas a gratidão deve ser sustentável. E essa é a minha preocupação no tempo em que vivemos! Todos nós estamos agradecidos, mas rapidamente a gratidão passa e nós voltamos para as questões terrenas. Quando as crianças estão agradecidas por uma prenda que receberam, isso é uma emoção muito forte para eles. Mas, depois de uma hora, já a situação pode ser muito diferente. Às vezes, a gratidão já desapareceu. Somos exortados a manter uma gratidão sustentável!
Uma gratidão sustentável é algo que agrada ao Senhor e algo que nos deve caracterizar. Vou dar um exemplo: existem determinados temas que entram na consciência pública. Os meios de comunicação social contribuem largamente para isso. Penso em termos como "emissão de dióxido de carbono" ou "catástrofe climatérica". Há anos atrás, quase ninguém se preocupava com isso, mas hoje, todos falam sobre estes temas. Tudo é movido pela preocupação: o que nos vai trazer o futuro? Fala-se muitas vezes da sustentabilidade, ou seja, de que os projectos que ajudam a limitar o aquecimento global e as alterações climatéricas devem ser sustentáveis e não apenas medidas tão ineficazes como um fogo de palha.
Quando a gratidão é levada à nossa consciência, então seremos exortados para sermos sustentavelmente gratos: não ficarmos agradecidos apenas no momento e, depois, passar logo para a ordem de trabalhos; devemos continuar agradecidos, mesmo na retrospectiva, como aquele leproso que foi curado por Jesus e foi o único dos dez leprosos que voltou atrás para agradecer ao Senhor (cf. Lucas 17:11-19).
Gratidão, sim. Mas não apenas no dia de Acção de Graças e não apenas no momento, mas de forma sustentável e duradoura, com efeito para o futuro; porque o Senhor é o nosso futuro.
(Excerto de um serviço divino do apóstolo maior)
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