O Senhor cuida de nós
Em muitos serviços divinos que já oficiei, frisei que é importante termos vivências de fé. São elas que nos motivam na fé. Quero contar-vos uma dessas experiência: estava previsto eu servir os filhos de Deus na América Central, onde pretendia oficiar um serviço divino em Nicarágua. O voo partia de Miami e ia para Manágua, a capital da Nicarágua.
Em Miami, constatei que os controlos dos passaportes e dos passageiros estavam a demorar muito tempo. Todos os passageiros que chegavam tinham de passar pelos guichés e havia longas filas. O despacho dos passageiros só avançava muito lentamente. Precisei de umas duas horas até passar pelo controlo e fiquei preocupado a pensar no voo de volta.
Depois de Nicarágua, ainda haveria outro serviço divino no Panamá. E, de lá, seguiria de novo por Miami para regressar à Alemanha.
Em Miami, só tinha cerca de duas horas para embarcar no voo de regresso, sendo que este tempo escasso ficou ainda mais reduzido porque o voo chegou atrasado: já só tinha uma hora e meia. Antes de iniciar a minha viagem de regresso, tinha orado intensamente e, por isso, estava confiante de que o Senhor me abriria o caminho para que conseguisse apanhar o avião de regresso à Alemanha a tempo e horas. Mas a minha fé foi deveras colocada à prova.
Na sala onde se faziam os controlos dos passaportes, havia, novamente, longas filas de pessoas à espera. Eram, pelo menos, umas vinte pessoas por cada guiché. Tendo já feito a experiência do voo de ida, sabia que não iria conseguir passar o controlo em apenas uma hora. Tentei falar com os outros passageiros que estavam à espera, explicando-lhes a minha situação. E pedi-lhes que me deixassem passar à frente. Mas, como acontece com frequência em situações destas, todos diziam que também estavam com pressa e que não podiam admitir que alguém passasse à frente. E o pessoal da alfândega que abordei também não mostrou qualquer interesse em ajudar. E o tempo a correr ...
"Bem", pensei eu para comigo, "vou fazer uma última tentativa." Orei em silêncio: "amado Deus, por favor, envia-me um anjo que me faça passar o controlo, senão ainda perco o voo de ligação."
Isso seria desastroso para mim e provocaria uma grande confusão nos meus planos. Para os dias seguintes, estavam já marcadas reuniões, conferências, etc. Fiz a minha última tentativa. Mais uma vez abordei um dos oficiais que ali estavam por perto, mas também se mostrou indiferente. Mas, mesmo assim, indicou-me outro oficial a quem me dirigir: "lá atrás, naquele guiché, está lá um homem em uniforme, fale com ele."
Dirigi-me lá e pedi àquele homem que me ajudasse. Mas ele também não parecia nada interessado. Achei que ele não me iria atender. Foi aí que algo de estranho aconteceu: o homem ficou a olhar para mim por alguns segundos e eu notei que algo se estava a passar com ele. Passado alguns segundos, o seu olhar mudou. Levantou-se e disse-me: "vou ajudá-lo."
Foi comigo para o guiché reservado a pessoas pertencentes ao corpo diplomático. Estavam lá algumas pessoas, pelo que parecia tudo pessoal de aviação, que começaram por protestar um pouco, quando passámos por eles, mas que acabaram por se calar quando viram que eu estava a ser escoltado por um oficial uniformizado. O meu acompanhante dirigiu-se ao empregado do guiché e este mandou-me logo aproximar-me.
Passei tão depressa pelo controlo, que nem tive tempo para agradecer devidamente ao meu salvador. Depois, fui a correr para o check-in. Mais uma vez, filas sem fim. Mas num dos guichés não estava ninguém, porque a empregada parecia estar ocupada com outros trabalhos. Perguntei-lhe se ela me poderia ajudar e ela disponibilizou-se de imediato, telefonou para a porta de embarque para avisar que estava ali um passageiro atrasado, entregou-me um cartão de embarque e acompanhou-me até ao controlo da bagagem. Consegui chegar a tempo ao avião. Nem cinco minutos depois de ter chegado ao avião, as portas se fecharam ...
Sentei-me e fiquei a pensar no sucedido como se estivesse ainda a sonhar. Tive uma sensação nítida de que estavam em meu redor anjos que removiam os obstáculos do caminho. Tudo isto ainda foi mais incrível do que eu consigo explicar. Foi realmente o Senhor quem interveio!
É possível que alguém ache que estou a exagerar, facto é que eu estou profundamente agradecido ao nosso Pai Celestial.
Wilhelm Leber
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