No futuro, na Igreja Nova Apostólica, as mulheres podem ser ordenadas para um ministério espiritual. Foi o que anunciou o presidente internacional da Igreja, na terça-feira, num discurso transmitido por vídeo para o mundo inteiro.
"Devido ao igual valor e à igual dignidade dos sexos" é possível confiar às mulheres a autoridade ministerial, disse o apóstolo maior Jean-Luc Schneider. E isso aplica-se a todos os graus ministeriais: diácono, sacerdote e apóstolo. Tendo em conta as diferenças culturais globais, aplica-se o seguinte: “A respetiva tarefa ministerial será atribuída em qualquer lugar, onde isso for aceite pela sociedade e pela comunidade”.
"Foi uma reflexão abrangente sobre o ministério, do ponto de vista da fé, que nos fez chegar a esta decisão"», explicou o presidente da Igreja. Tudo começou em 2014 com perguntas como: o que é um ministério? O que acontece no ato da ordenação? E como é que a nossa Igreja estrutura as funções dirigentes? O Conselho Superior da Igreja, a Assembleia de Apóstolos de Distrito, implementou os regulamentos correspondentes no Pentecostes de 2019.
Depois de se falar sobre "o quê" e "como", o debate passou para o "quem". "Tradicionalmente, a Igreja Nova Apostólica apenas nomeia homens. No entanto, faltava uma justificação doutrinal para tal", disse o apóstolo maior. Esta questão teológica "só pode ser respondida por uma avaliação adequada das constatações bíblicas".
Como resultado da investigação bíblica aprofundada, o discurso apresentado em vídeo menciona:
"Agora, cabe ao apostolado tomar uma decisão relativamente ao futuro da Igreja", afirmou o presidente da Igreja referindo-se à autoridade para organizar a vida comunitária. "Debatemos todas as questões ao pormenor e de forma realmente intensa, na reunião de apóstolos de distrito, e discutimos as respostas com todos os apóstolos."
A regulamentação referente à ordenação das mulheres entra em vigor a 1 de janeiro de 2023. Isso não significa que "imediatamente e em todo o lado tenham lugar nomeações de mulheres". Porque: "para homem e mulher aplica-se o mesmo: é Deus que chama ao ministério e não o ser humano". Isto também impede que se pense em determinar uma determinada quota de mulheres no ministério: "A vontade de Deus é decisiva, não a vontade humana".
"Eu estou consciente de que esta decisão marca uma transição significativa na nossa tradição", explicou o apóstolo maior Schneider. "E também sei perfeitamente que vós agora ainda tendes muitas perguntas. Nós iremos responder a todas as perguntas: nos nossos meios de comunicação, em cursos de formação ou em diálogo direto".
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